quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sumatera, uma ilha especial


Outra vez em Padang mas agora com a companhia de um quase-local, tudo muda. É mesmo como dizia o outro “People are strange, when you're a stranger, faces look ugly, when you're alone”. Se ao início todos tinham aspecto cigano e sempre com segundas ou terceiras intenções quando me abordavam, já com alguém que conhece sítios e gentes e que se move à vontade tudo é diferente. Conheci verdadeiros locais (muito boa gente), comi da comida deles e visitei os seus undergroung places mas agora duma outra perspectiva, acima de tudo mais segura (e como eu gosto de poder usufruir dos sítios e modos de vida deles quando estou no sítio deles).

Ao final de um mês a viajar em Sumatera a imagem negativa que eu tinha dos Indonésios mudou completamente, as pessoas são especialmente simpáticas. Relativamente às cidades e vilas, não que seja particularmente interessante estar em zonas sobre-populadas com um caos em termos de trânsito e barulho, água do mar castanha, toneladas de lixo a boiar, lixeiras e esgotos a céu aberto e animais de todo o género por todo o lado, mas faz parte da realidade destes países. Experimentar uma realidade e valores tão diferentes, foram para mim um dos highlights desta viagem em Sumatera. Passa a dar-se mais valor a pormenores que damos quase como adquiridos no nosso quotidiano na Europa. Esta deveria ser a realidade na Europa há não muitos anos atrás. Por exemplo, as casas de banho ainda são maioritariamente compostas por um buraco, um tanque com água e um pequeno balde de mão. Luxos como papel higiénico ficam para outros países mais delicados....Aquela águinha do tanque é usada para tudo, para reciclar a água do buraco (tipo autoclismo), lavar dentes, tomar banho ou aquelas partes que se sujam numa normal ida à casa de banho. Mas atenção com a mão que se usa para realizar “essa tarefa” já que comer com a mão é a norma nestes países.

Outro facto que me fez apaixonar por Sumatera e as ilhas Mentawai em particular foi o facto de as ter que partilhar com poucos estrangeiros, talvez por serem poucos os sítios que estão preparados para receber turistas. Alguns sítios tiveram uma época alta de turistas na década de 90 mas sofrem agora as consequências de catástrofes que assolaram a ilha num passado recente: o tão famoso tsunami, um imediatamente seguinte tremor de terra e uma enchente que devastou vilas em algumas zonas ribeirinhas. Tudo isto a somar à fama de terrorismo e guerras internas causadas por conflitos religiosos resultaram num afastamento dos turistas para países vizinhos mais estáveis e seguros como a Tailândia. Resultado: locais de braços abertos a novos turistas, bons preços e muito por explorar à aventura. Os locais contentam-se em pronunciar o único Inglês que sabem “Hello mister”. É impressionante a quantidade de vezes que temos que responder a esta saudação todos os dias, desde ao mais pequeno petiz até aos velhotes que se encontram na rua. Os que sabem um pouco mais de Inglês ficam contentes em poder praticar connosco e pedem mail ou nº de telefone para poder praticar a escrita.

2 comentários:

  1. É bom quando conseguimos mudar para melhor a opinião que temos de pessoas e sitios...
    BEIJO

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  2. Putzgrilla Brother!

    Curti bué os táxis "tunning"!!!!

    Não confundas a mão com que comes com aquela com que te limpas... ;-)

    Beijos e abraços de los 4 magníficos del Peral

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