quarta-feira, 11 de março de 2009

Red Lahu village (between Pai and Mae Hong Son)

Dois dias depois, por mera casualidade paramos numa vila de estrada para almoçar e acabamos a falar com o Toy, uma das pessoas mais simpáticas que já conheci. Dizia-se um amante da natureza e possuía uma empresa para fazer white water rafting. Esta era a época seca e por isso estava na sua época morta. Quando percebeu o que procurávamos em termos turísticos desenhou-nos um croqui sobre como chegar a uma aldeia remota. E arrisco-me a dizer que mais remota na Tailândia deve ser difícil... Uma das Red Lahu villages, aldeia de antigos refugiados do Tibete que se instalaram na Birmânia mas que devido aos constantes conflitos internos na Birmânia, acabaram por se instalar nas montanhas da Tailândia, bem perto da fronteira. No final do caminho e da aldeia, uma escola que alberga e ensina crianças órfãs e não reconhecidas quer pela Birmânia ou Tailândia. Um dos professores, Pimuk falava um Inglês razoável e convidou-nos de imediato a ficar a dormir no chão da sala de aulas, privilégio que aceitamos de imediato. Como era hora de jantar dividiu a ração dos professores connosco. As larvas de formigas também faziam parte da ementa, mas no caso haviam algumas formigas adultas a passear pelo prato, não sei se acabadas de eclodir ou se em busca da descendência perdida. O melhor do jantar, os pedaços de water buffalo frito ou seco. O resto do serão a contar-nos histórias da instabilidade fronteiriça e com perguntas sobre o nosso mundo. Mais tarde levou-nos a visitar a cabana do chefe da aldeia onde estavam reunidos outros ilustres como o xaman, o velho curandeiro da aldeia. Com um intérprete foi muito mais fácil manter conversas e perceber a história do chefe e quais os métodos antigos usado para caçar macacos e elefantes.
No dia seguinte foi-me pedido para dar uma aula de biologia a crianças de 6 anos que não falam Inglês. Tudo menos biologia, passei cerca de 2 horas ensinar números em Inglês e Português e a ensinar o jogo da macaca no chão da sala de aula entre outras palhaçadas que tive que fazer para entreter 12 crianças. De seguida jogo de futebol com os jovens da aldeia que ouviram dizer que havia um Cristiano Ronaldo na aldeia. Cedo se aperceberam que nem todos os portugueses jogam como o CR7 e muito menos eu. Fui logo motivo de chacota e acabei a jogar à baliza.
Depois de um adeus ainda mais difícil, decidimos voltar tudo para trás só para agradecer ao Toy o facto de nos ter enviado a um sítio que, segundo o prof. Pimuk, raramente era visitada por “farangs” (palavra tailandesa para estrangeiro). E eis então que o Toy nos surpreende com um “You want mole?”, of course we want more....

3 comentários:

  1. LOUCO LINDO.... só tu mesmo...
    CR7...lolol

    Beijo

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  2. Fónix, nem na Tailândia te consideram jogador da bola...isso tá lixado...é melhor esqueceres esse teu sonho secreto de tornares um fotball player. Acorda Rapaz..eheheh
    Abraço
    Robert

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  3. Zé Pan, Que LINDO LINDO é poder sentir através dos teus breves e concentradas vivências. Fantástico. Sê generoso e uma vez por mês oferece-nos umas vivências e alguma fotinho. Muxu

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