quarta-feira, 11 de março de 2009

O destino

Várias razões me fizeram inclinar para o Sudeste Asiático em detrimento da América do Sul (ambos destinos budget ). Em termos paisagísticos, queria ver as impressionantes “limestones”, pequenas ilhas cheias de vegetação verde que emergem de um mar azul turquesa e também ver de perto o verde único dos “rice paddies”. Em termos culturais, trata-se de um destino mais extremo e diferente daquilo que já conheço e existem também tribos e vilas ainda afastadas do roteiro mais turístico (a ver se isso ainda existe). Tailândia foi o destino da viagem por ser o mais próximo e acessível e com mais escolhas de voos e preços. Phuket por ser a zona das limestones e praias paradisíacas na Tailândia.

Mas foi durante o longo percurso de avião, quando tive finalmente tempo para folhear o amigo do viajante (Lonely Planet), que me apercebi do quão turística é a Tailândia e especialmente Phuket, a Albufeira deles. Não sou nada amigo de sítios demasiadamente turísticos. Não gosto de ter a papa toda feita à chegada e de estar num sítio teoricamente exótico rodeado de westerners como eu. Fascina-me mais a aventura de um lugar pouco explorado, o ter que falar com locais e a ter a sorte de conhecer a pessoa certa para explorar determinado lugar. Aparentemente, não seria Tailândia o destino, mas era too late now, teria que ver como tornear a situação...

E assim estava eu à entrada do aeroporto a pensar o que fazer, a ponderar onde queria passar o primeiro dia e primeira noite para recuperar do jet lag, enquanto centenas de taxistas e operadores turísticos me faziam propostas de tours que iam desde uma visita à PRAIA onde filmaram o blockbuster com o mesmo nome. Até me davam a hipótese de ficar alojado na guest house onde se instalou o Leonardo di Caprio antes de rumar para A PRAIA. Podia também ir numa lancha rápida visitar a zona de limestones onde filmaram cenas de um dos filmes do 007, fazer passeios de elefante pela selva, entre outros maravilhosos tours turísticos com tudo incluído. Tudo me parecia bem, mas o que menos me apetecia depois de todos os stresses para cumprir os vários dead-lines dos últimos meses era competir por um espaço no paraíso com milhares doutros turistas. Precisava de um sítio mais isolado para recuperar energias, nem que isso me custasse mais umas horas de viagem. Saquei do meu livro de notas para verificar o nome de um lugar que me tinha sido sugerido a escassos 10 minutos de entrar no avião. Obrigado Diogo por teres mencionado as Surin Islands... Eram “só” mais 5 horas em dois autocarros até chegar à vila portuária, onde uma viagem de 3 horas de barco me esperaria no dia seguinte. Tentando fazer uma analogia, o mesmo que aterrar em Faro e decidir fugir no mesmo dia ao turismo de massas rumando até às Berlengas. Mas como valeu mesmo a pena....

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