quarta-feira, 11 de março de 2009

Nunca é tarde demais

Decidir dar este título a este espaço numa espécie de homenagem a um conhecido do primo de um amigo meu, que acabei por vir a conhecer em plena guerra colonial (Angola 1972), que dizia que ao longo da vida ia ficando tarde demais para se realizarem determinados sonhos ou projectos que se ambiciona enquanto mais jovem. Acrescentava que, ao seguir-se um determinado rumo de vida nos vamos ligando a pessoas, relações, trabalhos, responsabilidades e até simples “coisas”, que acabam por dificultar eventuais alterações de rumo em pról desses tais projectos que estavam no imaginário (sim, porque é difícil viver vários rumos em simultâneo). Concluia dizendo que a certa altura já seria tarde demais para os realizar ou que já não seriam realizados na idade certa (convinhamos que esta pessoa tendia q.b. para o pessimismo...).
Foi para o meu espanto que, quando nos encontramos pela última vez (em plena guerra dos 100 dias), tinha uma opinião oposta. Confessou-me que a vida ao longo do seu percurso dá tantas voltas e cambalhotas criando encruzilhadas e logo novos rumos para seguir. E concluiu com uma frase feita: “A vida é traçada pelas oportunidades que nos surgem, mesmo por aquelas que não agarramos”.

Quanto a mim, decidi agarrar a oportunidade de viver um novo ciclo, uma nova história num sítio diferente e longe de tudo que tenho e gosto (muito). Sempre tive curiosidade de conhecer modos de vida de outro sítios neste pequegrande mundo. Não apenas do ponto de vista de um turista, mas viver o dia-a-dia deles, os seus lugares, conhecer as pessoas locais, assim como aqui vivo e me é familiar a praia de Faro ou uma ida ao Farol, à Deserta ou a Sagres, completamente diferente de quem vem, vê, tira fotos e se vai embora. E assim, lá vou eu experimentar o modo de vida nas antípodas e perceber como me dou entre eles.
Ainda antes de virar neste cruzamento, surgiu-me a oportunidade de fazer um pequeno loop no caminho. Este desvio vem na sequência de uma vontade que me acompanha desde sempre, fazer uma viagem daquelas: idealmente 1 ano a viajar, sem planos ou itenerários pré-estabelcidos em vários destinos que moram no meu imaginário. Este meu loop é mais curto, 3 meses de viagem mas que nesta fase da vida me vão saber por muito mais tempo.

1 comentário:

  1. Quem me dera ter arrancado contigo nessa aventura... mas fico feliz por me fazeres viajar contigo nessa viagem pelas tuas palavras.

    BEIJO

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