sexta-feira, 12 de março de 2010

Parabéns para mim....

Faço hoje um ano de existência. Ele começou a viajar antes, mas deu-lhe a preguiça e só um mês depois de começar a jornada é que me começou a preencher. Depois até manteve uma certa regularidade, o que me faz ter orgulho no gajo. Também gosto muito dos vossos comentários. Uns mais ordinários, outros mais imaginativos mas todos são bens vindos para moldar a minha personalidade.
No entanto, presinto que ele está a preparar-se para me ir abandonando aos poucos... Mas deixem, tenho os meus esquemas para lhe fazer sentir peso na consciência. Ele volta...
Obrigado a todos vocês por seguirem os meus passos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Foi Natal, Foi Natal, Foi feliz Natal...

... Se não tivesse sido Natal, não era Natal.
Mas foi, e aqui também se celebra o Natal que, ao contrário do que muita gente pensa, também tem tradição. E como poderão constatar não é muito diferente da tradição do Natal no hemisfério norte. Também se fazem os tradicionais bonecos de neve, mas como este ano por azar não houve neve, a areia da praia serviu as delícias das crianças que saíram a correr para a praia para fazerem brincadeiras e palhaçadas na areia. Também se patina no gelo, mas por acaso este ano as temperaturas não desceram abaixo dos 30 ºC e lagos e rios ficaram por gelar. Mas crianças são isso mesmo e encontram sempre alternativas para a diversão, acrobacias nas águas dos rios com probabilidades de crocs.

Aqui a família também se junta para assistir a programas próprios da época. Mas como aqui devem ser todos muito saudáveis não exibem o Natal dos Hospitais na televisão. Como podem passar os Aussies esta época festiva sem tamanho clássico? Exibindo um concurso de “Miss Bikini Townsville”em alternativa. Pessoalmente, acho este último mais interessante e integrado no espírito da época. Mas confesso que quando uma das concorrentes responde “having sex drunk” à pergunta “What´s in your oppinion a romantic date?”, senti alguma nostalgia do Natal dos Hospitais. Mas coisa de pouca duração, toda essa nostalgia desapareceu quando nos diversos ecrãs televisivos espalhados pelo recinto aparece o número de uma das rifas que tinha para sorteio. Iupiiii a minha primeira prenda de natal na Austrália... Nada mais nada menos do que: um peixe semi congelado, um naco de fiambre e uma caixa de cervejas... Um autentico cabaz de Natal. Por um lado fiquei contente com tamanho prémio, mas por outro lado não deu jeito nenhum tentar conseguir autógrafos das finalistas do concurso com semelhante prémio em mãos.... Achei melhor ir embora....

Ficam aqui algumas fotos para aqueles que insistentemente me pedem. Espero que as meninas não se importem, refiro-me as concorrentes e não as meninas daqueles que me pedem, suplicam até...










Mas se formos ao fundo da questão, também encontramos algumas diferenças. Aqui o momento mais importante do Natal é o almoço em família no dia 25. Felizmente o patrão convidou-me para viver a experiência da “consoada” Australiana. E até parecia que ele tinha ganho o mesmo prémio que eu... Lá estava o fiambre, mas neste caso uma perna inteira de porco fumada, o peixe também, neste caso em filetes que foram grelhados na chapa juntamente com lagostas e camarões cortados longitudinalmente e por fim alguma cerveja, mas eu fui mais para o vinho oriundo de diversas regiões da Austrália e Nova Zelândia.

Mas os orfãos que ficaram perdidos em Townsville na época natalicia, não quiseram quebrar a tradição e organizou-se a consoada na noite de 24, só que ao som de música latina (são aos montes aqui os centro/sul americanos). E como sabia que não ia encontrar o fiel amigo na mesa natalícia, lá fui eu no dia 23 em busca de alternativa para a o rei da consoada. E quem não tem bacalhau caça com lírios...
À meia noite em vez de se trocar prendas, foi-se dar um mergulho nocturno na piscina do Strand. E esta foi talvez a maior diferença de todas entre os natais, a ausência de troca de prendas. Pessoalmente soube-me bem ter passado ao lado do espírito consumista da época e de não ter perdido tempo dentro de centros comerciais. Ainda por cima, poucos foram os que me enviaram a morada para receberem uma simples e pessoal prenda do Pai Natal Australiano. E pelo que parece o Pai Natal do hemisfério Norte esteve preguiçoso este ano. Deixar a minha morada no post anterior deu direito a um postal e a uma prenda muito original que valeu por 6. Nao me posso queixar, mas tenho que conformar-me pelo facto das novas tecnologias deixarem os simples postais fora de moda, e como sabe bem chegar a casa e ter correio na caixa física e não virtual... Mas há sempre esperança, afinal Natal é todos os dias...
E assim passei o meu primeiro Natal longe da grande família e num sítio tropical. Para o ano se verá...

Quanto à passagem do ano, cismei que não a queria passar em Townsville. Passei uma vez em Faro, e como continuo a achar que há algumas semelhanças entre as duas cidades, tive medo, muito medo... Assim, decidi-me a fazer 3300 km durante 7 dias com 5 pessoas dentro da minha Lontra para passar o ano no Woodford Folk Music Festival a 100 km de Brisbane. Um mega festival de música que decorre durante uma semana num descampado out of nowhere com um ambiente muito hippie (demasiado). Acampamento, lama, eventos e música alternativa espalhados por 20 sítios/palcos do Mega recinto ao ar livre. Tipo um Festival Med mas à escala Australiana. Os melhores concertos foram os de Darth Vegas e dos LABJACD.









Mas haviam outras motivações para fazer esta viagem: seria a primeira grande road trip na Austrália (essencial para a Aussie experience), queria ficar a pernoitar num daqueles Moteis/Pubs perdidos no tempo e no meio do nada dum trecho de 500 Km de estrada que liga duas “localidades”. Jogar bilhar e pôr uma moeda na Junk box para ouvir clássicos da musica country como Kenny Rogers e Willie Nelson. Mas talvez a maior motivação de todas, sair da zona da grande barreira e voltar a ver um mar com agitação, ondas, temperatura amena e onde se pode tomar banho sem pensar nos crocodilos e nas jelly fish. E que bem que me soube ver, cheirar e sentir uma verdadeira praia (pelo menos para o meu conceito de praia), 6 meses depois de sair de terras Lusas.









Este mês de Janeiro está a ser passado a fazer house e dog sitting na casa do patrão que foi de férias. Não me posso queixar, uma casa só para mim (já tinha saudades), piscina camuflada numa pequena floresta tropical e dois goldens retrievers como companhia.








E no final deste mês de Janeiro faz um ano que “lá foi o filas” e que surgiu este espaço no www. No entanto, só sinto que posso fechar o ciclo anual deste blog de aventuras com aquela que tenho no meu imaginário há mais tempo: Nova Zelândia. Por isso voltamos a ver-nos aqui em Março e depois... logo se verá..........

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mais do mesmo

Wosup mates

Por aqui, depois da fase tudo é novidade, tudo é diferente, quero experimentar isso, quero ver aquilo, entra a fase rotina: as semanas passam a correr entre trabalho e desporto e ao fim de semana, quando não calha ter que trabalhar um pouco mais ainda, fazer o mesmo de sempre que se faz por aqui e que vocês já se começam a cansar de saber.

Por isso, e como não quero rotinar o blog, não me vou pôr aqui a destacar as idas ao recife deste mês e escrever sobre tudo aquilo de diferente que desta vez vi, que não me canso, mesmo nada, que é brutal, quero sempre mais, impressionante, que é tudo minúsculo e é tudo gigante (vi o maior peixe da minha vida, uma queenslander goruper com mais de 2 metros) que tudo é colorido, depois são os golfinhos, a água a 28ºC, éééééééééé sei lá mais o quê, é bom e prontos. Para não falar das praias que se visita a caminho do reef ou como se come o peixe fresco em estado cru feito por uma japonesa.







Não me vou pôr aqui também a dizer que mesmo aqui ao lado, a escassos 24 km, tenho uma caminhada de cinco horas pela floresta tropical, cruzando riachos para chegar a uma cascata gigante com uma bela vista e com poucos Aussies.








Também já não interessa a ninguém saber os concursos diversos que esta cidade magnifica oferece como o de miss bikini que está a decorrer durante este mês, onde o skank local aparece para exibir os seus dotes (para aqueles que me pedem, vou tentar conseguir algumas fotos na grande final, já no próximo Domingo)

Até poderia falar sobre mais um ou outro momento National Geographic aborrecido que por aqui acontece, como descobrir quanto tempo é que uma typhon snake leva para estrangular um Possun (um marsupial) até à morte e o conseguir engolir. Tudo isto enquanto passo entre o escritório e o sítio das minhas experiências... Sou obrigado a ter que assistir ao vivo à cruel mãe natureza em acção e ver o possum a tentar escapar de dentro da espiral de músculo, esperneando e bracejando e como resposta leva mordidas da cobra nos olhos que geram gemidos de sofrimento por parte do pobre animal. Entretanto um outro possum vem em defesa do/a seu parceiro(a) mas pouco pode fazer... E umas horas depois, lá está uma cobra com um inchaço monumental a meio do corpo.

Mas tudo isso já faz parte da rotina, sao cromos repetidos e já não desperta interesse a ninguém. Por isso neste post vou apenas partilhar com vocês o destaque deste mês aqui na Aussie Land. A compra da viagem para a Kiwi Land. Mais um desejo meu de longa data se pode tornar realidade já no início de 2010. 3 semanas só para a ilha Sul da Nova Zelândia, a mais selvagem e inóspita, fazer umas caminhadas pelas terras de Mordor onde outrora passaram Frodo Baggins, Sam e o Smiguel with zee precious. Está mesmo a apetecer-me montanha, entrar num mar com água refrescante e porque não sentir algum friozinho. Quem me quiser acompanhar nesta aventura, 13 de Fevereiro a 6 de Março.

De resto, apenas dizer que quase nem reparava que estamos perto do Natal. Aqui a época natalícia pode passar despercebida. É interessante entrar num centro comercial em Dezembro e ter que se reparar em detalhes para se saber que estamos próximos do Natal. Aí, em pleno Outubro começa-se logo a ser bombardeado com musiquinhas e luzinhas alusivas à época festiva e consumista. Mas como tradição é isso mesmo, tradição, deixo aqui a minha morada na expectativa de que o Pai Natal faça uma visita ao blog e decida enviar algo da Lapónia (1, Nisbet Ct, Aitkenvale 4814, Townsville, Australia).

Quem quiser receber uma prenda do Pai Natal Australiano pode enviar a morada para o meu mail e eu falo directamente com ele para ver o que se pode arranjar.

Saudades e façam-me o favor de comer um bom bacalhau na consoada (apesar de estar a desaparecer dos mares...)

domingo, 8 de novembro de 2009

The Trekking

Quando o trabalho aperta e a responsabilidade desperta, menos tempo pra mim, menos actividades aqui, Olá, Olá... (esta musica publicitaria ao cornetto da Olá nunca me saiu da cabeça).
Pois assim é, responsabilidades profissionais e vida social mais activa começam a prender-me por aqui aos fins de semana. Este mês a única actividade digna de registar neste espaço (que vai começando a perder qualidades e por conseguinte popularidade e seguidores) foi um treking de 32km que atravessa uma ilha de norte a sul. O “Thorsborne Trail, classified as one of the top ten walks in the world!” ou “One of the World's Most Renowned Wilderness Walks”. Eu fui precavido para esta mania dos Australianos de darem um rating a tudo, até porque surpreendentemente as coisas deles são sempre uma das mais qualquer coisa se não a MAIS de todas. Mas neste caso posso dizer que fiquei impressionado... O que faz deste percurso único, é o facto de se caminhar por um conjunto tão diverso de paisagens. Passa-se por dentro da floresta tropical, sobe-se a picos de montanha, depois savana, pântano, mangal, atravessam-se rios dentro de agua, relaxa-se em lagoas de agua doce e salgada, cascatas, praias desertas e fazer rock climbing junto ao mar. Tudo isto numa ilha parque natural onde só deixam estar 40 humanos por dia, ou seja raramente nos cruzamos com alguém.





















O que torna o percurso ainda mais interessante e desafiante é o facto de requerer um planeamento cuidado para se poder estar completamente autónomo durante 4 dias no que a comida, e nesta altura do ano quase que também no que a água, diz respeito. Até o horário das marés também é importante ter em conta, já que se tem que atravessar alguns rios que só são aconselháveis atravessar durante a maré vazia. Duas razões: a primeira óbvia, evitar molhar completamente a roupa e mochila, a segunda ainda mais óbvia, se há um sítio onde os tão famosos crocodilos de agua salgada habitam em quantidade, esse sítio é aqui. Todos os crocs que são avistados a circular perto de zonas urbanas são recambiados para este parque natural. Isto faz com que os banhos de mar nestas praias desertas e paradisíacas tenham que ser muito curtos e os de rio então, só para aqueles que não agem crocwise. Mas mais uma vez não fui bafejado pela sorte no que a avistamentos destes senhores diz respeito.









Habitantes mais comuns e menos tímidos são os ratos locais (tipo marsupiais) que durante a noite fazem de tudo para chegar aonde está a comida. Comida dentro da tenda, significa acordar com a tenda e a mochila roídas e sem comida para o resto da caminhada. A solução engenhosa, passar um cabo entre duas árvores, onde se pendura a mochila. Mas é imperativo atravessar duas garrafas vazias pelo cabo, uma de cada lado da mochila, para que os ratos trapezistas rebolem nas mesmas antes de conseguirem chegar à mochila. vai ser um percurso a repetir antes de sair de Townsville. Aliás tudo aqui tem que ser feito duas vezes, antes e depois da época das chuvas.







De resto, nada muito de interessante para cativar a atenção do quem lê as minhas crónicas de down under, apenas coisas do quotidiano mas que pelo facto de não ter nada para fazer neste momento, levam com elas.
Já me dirijo para a porta do condutor de todas as vezes que quero entrar no carro (bem, uma ou outra vez o cérebro ainda me empura para a porta errada).
Uma pool party para comemorar vários aniversários.
Já estou a enjoar de mangas (se é que isso é possível). Ainda bem que existe um sem número de passarada e morcegos para dividir as mangas comigo. Só não gosto quando bicam as mangas uma vez e depois passam logo para outra manga.


Ainda faço algumas tentativas para apanhar o cinto de segurança do carro com a mão direita.
Fui a uma camping party para comemorar varios aniversários à volta duma fogueira.
Já começo a vestir a camisola por Townsville para representar a cidade no hóquei subaquático, com direito a troféu de melhor equipa do norte de Queensland (só são duas).
Mexican Party com autentican mexican food para comemorar outro aniversário.
Numa das noites que saí de casa descalço pisei um animal à porta e apanhei um cagaço daqueles. A sorte é que era um sapo verde, um simpático anfibio que dizem ter uma mucosa com propriedades antibióticas. Agora, digam-me qual será a probabilidade de na Austrália se pisar um animal com propriedades benéficas, ein, ein? Com o cagaço que apanhei fui contra a parede da casa e cai do tecto uma osga e o sapo acabadinho de ser pisado não se fez de rogado e mandou-se ao gecko. Hummm um manjar dos deuses. Foi o meu momento National Geographic do mês. A partir daí o sapo estava todas as noites à porta de casa, na tentativa de ser pisado mais vezes ou de apanhar mais osgas. Ainda pensei em adoptá-lo e alimentá-lo, mas as osgas também são minhas amigas, gosto de ve-las a papar insectos.
Como peixe dia sim dia sim, pois a última vez que fui ao reef apanhei dois peixes que juntos pesavam 30 kg e enchi o congelador (a foto foi tirada no modo macro).












Andei a apanhar toneladas de algas para fornecer às vacas Australianas como suplemento alimentar. A ideia é ver se as vacas reduzem a quantidade de bufas que libertam e por conseguinte a quantidade de metano libertado para a atmosfera. Stop climate change, agora só como carne de kanguru, enquanto as vacas não começarem a peidar menos.
Já não ligo o limpa vidros do carro sempre que quero pôr o pisca pisca.
Italian party para experimentar várias pizzas feitas por um Italiano que já foi cheff de um restaurante Italiano.
Ajudei uma familia Indonésia de Sumatra a sair da miséria depois do terramoto. Também podem ajudar se quiserem, com apenas 2 euros alimentam uma familia durante uma semana. Se quiserem ajudar posso dar-vos os detalhes.
Por fim, dizer que agora faço parte da tripulação dum velerio e vou passar a sair pelo menos todas as quartas feiras, mas essas novidades ficam para depois.

Love ya all mates