domingo, 8 de novembro de 2009

The Trekking

Quando o trabalho aperta e a responsabilidade desperta, menos tempo pra mim, menos actividades aqui, Olá, Olá... (esta musica publicitaria ao cornetto da Olá nunca me saiu da cabeça).
Pois assim é, responsabilidades profissionais e vida social mais activa começam a prender-me por aqui aos fins de semana. Este mês a única actividade digna de registar neste espaço (que vai começando a perder qualidades e por conseguinte popularidade e seguidores) foi um treking de 32km que atravessa uma ilha de norte a sul. O “Thorsborne Trail, classified as one of the top ten walks in the world!” ou “One of the World's Most Renowned Wilderness Walks”. Eu fui precavido para esta mania dos Australianos de darem um rating a tudo, até porque surpreendentemente as coisas deles são sempre uma das mais qualquer coisa se não a MAIS de todas. Mas neste caso posso dizer que fiquei impressionado... O que faz deste percurso único, é o facto de se caminhar por um conjunto tão diverso de paisagens. Passa-se por dentro da floresta tropical, sobe-se a picos de montanha, depois savana, pântano, mangal, atravessam-se rios dentro de agua, relaxa-se em lagoas de agua doce e salgada, cascatas, praias desertas e fazer rock climbing junto ao mar. Tudo isto numa ilha parque natural onde só deixam estar 40 humanos por dia, ou seja raramente nos cruzamos com alguém.





















O que torna o percurso ainda mais interessante e desafiante é o facto de requerer um planeamento cuidado para se poder estar completamente autónomo durante 4 dias no que a comida, e nesta altura do ano quase que também no que a água, diz respeito. Até o horário das marés também é importante ter em conta, já que se tem que atravessar alguns rios que só são aconselháveis atravessar durante a maré vazia. Duas razões: a primeira óbvia, evitar molhar completamente a roupa e mochila, a segunda ainda mais óbvia, se há um sítio onde os tão famosos crocodilos de agua salgada habitam em quantidade, esse sítio é aqui. Todos os crocs que são avistados a circular perto de zonas urbanas são recambiados para este parque natural. Isto faz com que os banhos de mar nestas praias desertas e paradisíacas tenham que ser muito curtos e os de rio então, só para aqueles que não agem crocwise. Mas mais uma vez não fui bafejado pela sorte no que a avistamentos destes senhores diz respeito.









Habitantes mais comuns e menos tímidos são os ratos locais (tipo marsupiais) que durante a noite fazem de tudo para chegar aonde está a comida. Comida dentro da tenda, significa acordar com a tenda e a mochila roídas e sem comida para o resto da caminhada. A solução engenhosa, passar um cabo entre duas árvores, onde se pendura a mochila. Mas é imperativo atravessar duas garrafas vazias pelo cabo, uma de cada lado da mochila, para que os ratos trapezistas rebolem nas mesmas antes de conseguirem chegar à mochila. vai ser um percurso a repetir antes de sair de Townsville. Aliás tudo aqui tem que ser feito duas vezes, antes e depois da época das chuvas.







De resto, nada muito de interessante para cativar a atenção do quem lê as minhas crónicas de down under, apenas coisas do quotidiano mas que pelo facto de não ter nada para fazer neste momento, levam com elas.
Já me dirijo para a porta do condutor de todas as vezes que quero entrar no carro (bem, uma ou outra vez o cérebro ainda me empura para a porta errada).
Uma pool party para comemorar vários aniversários.
Já estou a enjoar de mangas (se é que isso é possível). Ainda bem que existe um sem número de passarada e morcegos para dividir as mangas comigo. Só não gosto quando bicam as mangas uma vez e depois passam logo para outra manga.


Ainda faço algumas tentativas para apanhar o cinto de segurança do carro com a mão direita.
Fui a uma camping party para comemorar varios aniversários à volta duma fogueira.
Já começo a vestir a camisola por Townsville para representar a cidade no hóquei subaquático, com direito a troféu de melhor equipa do norte de Queensland (só são duas).
Mexican Party com autentican mexican food para comemorar outro aniversário.
Numa das noites que saí de casa descalço pisei um animal à porta e apanhei um cagaço daqueles. A sorte é que era um sapo verde, um simpático anfibio que dizem ter uma mucosa com propriedades antibióticas. Agora, digam-me qual será a probabilidade de na Austrália se pisar um animal com propriedades benéficas, ein, ein? Com o cagaço que apanhei fui contra a parede da casa e cai do tecto uma osga e o sapo acabadinho de ser pisado não se fez de rogado e mandou-se ao gecko. Hummm um manjar dos deuses. Foi o meu momento National Geographic do mês. A partir daí o sapo estava todas as noites à porta de casa, na tentativa de ser pisado mais vezes ou de apanhar mais osgas. Ainda pensei em adoptá-lo e alimentá-lo, mas as osgas também são minhas amigas, gosto de ve-las a papar insectos.
Como peixe dia sim dia sim, pois a última vez que fui ao reef apanhei dois peixes que juntos pesavam 30 kg e enchi o congelador (a foto foi tirada no modo macro).












Andei a apanhar toneladas de algas para fornecer às vacas Australianas como suplemento alimentar. A ideia é ver se as vacas reduzem a quantidade de bufas que libertam e por conseguinte a quantidade de metano libertado para a atmosfera. Stop climate change, agora só como carne de kanguru, enquanto as vacas não começarem a peidar menos.
Já não ligo o limpa vidros do carro sempre que quero pôr o pisca pisca.
Italian party para experimentar várias pizzas feitas por um Italiano que já foi cheff de um restaurante Italiano.
Ajudei uma familia Indonésia de Sumatra a sair da miséria depois do terramoto. Também podem ajudar se quiserem, com apenas 2 euros alimentam uma familia durante uma semana. Se quiserem ajudar posso dar-vos os detalhes.
Por fim, dizer que agora faço parte da tripulação dum velerio e vou passar a sair pelo menos todas as quartas feiras, mas essas novidades ficam para depois.

Love ya all mates