sexta-feira, 22 de abril de 2011

lavemofilas...

Quando há dois anos atrás estava prestes a sair para o outro lado do mundo, veio-me ao pensamento uma frase que li ou ouvi algures e que me ficou gravada na memória, era algo do género “o dia mais feliz daquele que sai é o dia que se volta”. Confesso que, apesar de ser estranho pensar no dia de volta ainda antes de sair, a expectativa de viver as emoções desse dia longíncuo, foram como que um tónico de coragem para ir para o outro lado do mundo e lá ajudava-me a passar alguns dos dias mais saudosos. Gosto dessa expectativa de que vou viver picos ou explosões de alegria “soon”, redescobrem-se sensações normalmente escondidas no quotidiano.

Claro que ao longo destes dois anos, tive que traçar caminhos e objetivos mais curtos para poder ver e viver vários desses picos, vários turbilhões de sensações em mais curtos espaços de tempo. Tinha que ter sempre um ou vários “soon it will happen...” Daí resultaram várias histórias, algumas partilhadas neste espaço outras que as deixei apenas na minha cabeça. Mas agora chega finalmente o momento de viver as emoções fortes do regresso, de sentir o que sente um emigrante quando volta à sua aldeia de origem.


Havia uma outra divagação na minha cabeça antes de sair para o lado de lá: “e se depois dos dois anos me deparasse com uma melhor oportunidade de trabalho e/ou conhecesse alguém que me fizesse ponderar fazer a minha vida do lado de lá, longe do cantinho de conforto e de todos aqueles que gosto? Diziam-me “já estás a sofrer por antecipação por algo que ainda não aconteceu e pode até nem vir a acontecer?” Mas aconteceu mesmo… O interessante é que agora não vejo isso como um drama. Não porque já não gosto de vocês, mas porque profissionalmente faz todo o sentido (se se concretizar mesmo) e acima de tudo porque finalmente conheci alguém que me faz seguir o coração, que me faz não ter as “dúvidas do Filas”, que me ensinou a pensar e a viver mais no presente, aquela que é a companheira ideal para viver futuras aventuras e isso não vou deixar passar ao lado. Os dias em Lombok e Bali com a Mariana confirmaram tudo isso...

Lombok e Bali

Com o lá vem o filas, deixa de fazer sentido o lavaiofilas. Assim sendo chegou a altura de encerrar este espaço. Tive um prazer enorme em escrever todas estas linhas e de as partilhar com vocês. Senti-me o Uncle Traveling Matt, um personagem da série “Fraggle Rock” que me ficou no imaginário quando via esse seriado há muito tempo atrás. Um Fraggle que saiu do conforto da rocha para explorar o outer space e que partilhava as suas aventuras com os outros Fraggles dentro da rocha através de cartões postais. Por outro lado, o escrever e o mais tarde ler as histórias permitiu-me refletir sobre o vivido e consciencializar-me da sorte que tive e que continuo a ter.

Um novo ciclo de aventuras e histórias inicia-se agora...