segunda-feira, 29 de novembro de 2010

The way we see it.......

Nova Zelândia já lá vai há quase um ano e desde então os programas de lazer têm-se limitado às redondezas de Townsville e começam inevitavelmente a repetir-se.

Repetição: fazer a mesma coisa que já se fez.

Pode soar a rotina ou monotonia, mas re-desfrutar dos mesmos sítios na floresta ou em ilhas tropicais tem sido como estar a vê-los pela primeira vez. Não, aliás é mesmo como estar a vê-los pela segunda ou pela terceira vez... ou seja vê-los com outros olhos.


Comecei por vê-los com os olhos eufóricos de quem visita pela primeira vez ou de um turista entusiasmado, passando pela visão de alguém que já se sente um “local”, e até já os comecei a ver com olhos de quem já está a pensar que vai chegar o dia em que isto vai deixar de fazer parte do dia-a-dia. The way we see it, faz com que a repetição seja diferente. Estes pontos de vista fizeram todo o sentido quando numa noite especial, num quarto de alguém, li num postal pendurado na parede uma citação de Marcel Proust ‘The real voyage of discovery lies not in seeking new landscapes but in seeing with new eyes.’ Gostei....

A questão que se me deparou então foi, com que “new eyes” quero eu ver as coisas daqui para a frente? A resposta apareceu clara quando me deparei com um texto de um qualquer Zen no maravilhoso mundo do www. Transcrevo aqui a parte mais relacionada com o meu ponto

“The solution is in paying attention to what you are doing now and not thinking about anything else. Now is now. Today is today. Tomorrow will take care of itself. Simply chop the wood and carry the water. That is the essence of survival. (...) It is really just like surfing. Once you are on the wave, all you can do is ride it. You cannot go faster than it and you cannot catch up to the next wave. And, if there is a better one behind the one you are on, it is not yours. Surf the wave you are on.”

Nada de novo, frases feitas semelhantes a estas já lemos ou ouvimos vezes sem conta. Mas uma coisa é saber outra coisa é integrar. Imaginem-se então do lado oposto do mundo, longe de tudo aquilo e de todos aquele(a)s que nos são familiares e tentem perceber o difícil que é evitar que a mente derrape para o passado e simultaneamente se questione sobre o futuro. Então para o Filas, que já o fazia constantemente aí no cantinho confortável....

Mas normalmente estes “momentary lapse of reason” fazem apenas parte de fases ou ciclos da vida. São duas as razões que encontro para estar a viver esta fase: estar a entrar ao de leve no mundo da mindfulness meditation (mas não se preocupem que não vou virar zen) e a outra razão, pelo facto de estar a sentir isto...

Mas divagações Zens à parte tenho saudades vossas e da terrinha que tolhe. Aquando da minha fase “pensar”, questionava-me porque não chegavam cá novas vossas e da terra com mais regularidade e pela caixa do correio. Mas depois apareceu o Chico e disse-me tudo...

Mas como o Natal está aí à porta e apesar dos correios andarem ariscos nessa altura do ano vou ficar de olho (como sempre) na caixa de correio em 1 Nisbet Ct., Aitkenvale, Townsville, 4814 Queensland, Australia.